Capitulo 11
Isabel suspirou enquanto andava pelo corredor da
faculdade. Abaixou a cabeça quando notou que muitos viravam o rosto para
olhá-la. Sabia que os boatos começariam mais cedo ou mais tarde, principalmente
depois de Edward ter pegado ela de surpresa e beijado-a pela manhã quando a
trouxe na faculdade e viu que o filho de Brown a aguardava. Sim, ele a beijou
na frente de todos.
Tudo bem que ela sabia desde sempre que teria aqueles
olhares sobre ela, só não imaginou que se incomodaria tanto com isso.
Apertou sua bolsa contra o corpo, trombando em alguém em
seguida.
- Isa, não ande olhando para seus pés.
Ela ergueu o rosto, encarando o primo, que a olhava
divertido, mas por trás dos olhos verdes via preocupação.
- Me desculpe, eu... – A menina suspirou, olhando para os
lados e vendo um grupo de meninas cochichando. – Será que pode me emprestar um
dinheiro para eu pegar um taxi? Eu não trouxe nada.
- Não precisa, vem te levo para casa.
Anthony a abraçou pelo ombro todo protetor, erguendo o queixo
e lançando olhares desafiadores para todos que olhavam sua prima. A levou até o
estacionamento. Entraram no carro e Isabel soltou um gemido.
- O que?
- Ali. – Apontou para fora – É um fotografo? Droga, há
quanto tempo ele está ali? Será que viu o que Edward fez?
O garoto soltou um suspiro, dando de ombro.
- Acho muito provável que sim, sabe, vi esse cara ai
quando cheguei com Katy hoje.
- Droga!
Anthony ligou o carro e manobrou o carro.
- Qual é Isa, você sabia que teria conseqüências, vai ficar
assim agora?
Ela mordeu os lábios, fechando os olhos e balançando a
cabeça negando.
- Não.
- Ótimo, bote um sorriso nesse rosto. Papai não vai ficar
nada feliz em saber que está voltando no intervalo para casa por esses motivos.
A menina arregalou os olhos, virando-se para ele.
- Você não vai contar, vai?
Ele negou, sem tirar os olhos da pista.
- Claro que não, mas ele vai ficar bem chateado em ver
que você está incomodada com tudo isso.
- Eu vou melhor, eu juro, eu só... Eu vou me acostumar, não
quero que Edward me deixe.
O menino sorriu torto para a prima. Dirigiu com
tranqüilidade e não demorou para estacionar enfrente ao prédio que moravam.
- Te vejo depois.
- Obrigada Thony.
Saltou para fora do carro e entrou no hall do prédio,
pegando elevador e escolhendo seu andar. Suspirou encostando-se à parede de
aço. Estava sendo infantil e tola.
Ao entrar no apartamento, rumou para o quarto de Edward,
que agora era quase seu também, já que não passava uma noite longe dali.
Suspirou, retirando sua sandália, jogando sua bolsa em um canto qualquer e
desabando na cama.
O cheiro de Edward estava impregnado ali, os lençóis
estavam revirados da maneira que deixaram pela manhã. Sorriu, lembrando-se de
ter despertado por beijos dele.
Virou na cama, olhando para o teto. Um som alto preencheu
o quarto, a menina saltou da cama e correu até a bolsa, retirando o celular de
lá e gemendo.
Droga!
- Alô?
- Diga que não é
verdade.
A loira se jogou de costas, apertando a ponta do nariz
para aliviar sua raiva.
- Jully eu estou bem e você, minha irmã? – Rolou os olhos,
irônica. Ouviu sua irmã grunhindo do outro lado da linha.
- Não me venha com
gracinhas agora Isabel, Alice me ligou ontem e me contou tudo, mas se ela não
ligasse também eu já estaria sabendo já que não se fala em outra coisa na mídia
que não seja o beijo que flagraram de você e aquele pedofilo nojento...
- Jully!
- Isabel!
- Urgh! Eu não tenho que dar satisfação a você e se quer
saber, sim eu estou com Edward, durmo com ele, dou para ele até ficar ardida.
Ouviu o arfar do outro lado e desligou o celular
rapidamente. Ooops, talvez tivesse
ido longe demais, mas odiava sua irmã a criticando, sempre foi assim, desde
pequena Jully a repreendia. Parecia até que Jully veio ao mundo só para criticar
a menina.
[...]
Onde
você está?
Olhou para o celular aguardando pela resposta que não
vinha. Já havia mandado três mensagens e ligado duas vezes e nada de Edward a
atendê-la ou responder.
A menina suspirou, sentindo seus olhos arderem. Estava
com vontade de chorar. Onde Edward estaria? Ou melhor, com quem ele estaria.
Já se passava das 22h00min quando decidiu ir deitar, mas
estava chateada suficiente para fazer o caminho do antigo quarto que ainda
estava montado no fim do corredor.
Deitou-se na cama
e torceu os lábios sentindo falta do cheiro de Edward, do calor dele.
Geralmente, essa hora os dois já teriam tomado um banho juntos e estariam
deitados discutindo sobre o dia.
Virou na cama, resmungando baixinho.
...
- Ei, vai com calma! – Jacob repreendeu Edward quando o
viu virar o copo de whisky de uma vez.
- Preciso de álcool, muito álcool. – Resmungou, colocando
o copo no balcão, vendo a barman encher o copo novamente, suspirou desviando os
olhos quando a mesma lambeu os lábios secando-o.
- Você sabe que não concordo com o que está fazendo,
certo?
Edward se virou para o amigo, arqueando a sobrancelha.
- Não concorda comigo por estar bebendo ou tentando um
relacionamento com minha sobrinha e afilhada de 19 anos.
- Os dois meu amigo. – Jake lhe deu um tapinha nas costas
– Mas álcool não vai ajudar muito agora. Você ligou pedindo para eu vir, agora
me agüente.
O Cullen riu, dando de ombros.
- Eu precisava desabafar. Além do mais o dia na empresa
foi... stressante, eu precisava tomar umas. – Passou os dedos por entre o
cabelo liso, puxando-os de leve – Sou um burro, não acredito que me deixei
levar por ciúmes daquele menino e beijei Isabel em publico...
- Ciúmes? Uau! – Jacob suspirou, surpreso – Eu não sabia
que você realmente estava gostando dela.
- Acha que eu colocaria tudo o que tenho em risco por
apenas uma transa convencional? Não cara. Aquela menina não sai da minha
cabeça... – Gemeu, empurrando o copo vazio para o lado, impedindo que a moça o
abastecesse com mais álcool. – Não demorou nem duas horas e as fotos já estavam
em todos os sites possíveis da internet.
- Maldita tecnologia. – Jacob concordou – Mas beber não
vai te ajudar, acho que você deveria ir pra casa, se você ficou meio abalado
pelo tamanho que isso tudo se tornou, imagina Isabel?
Edward grunhiu. Tinha se esquecido desse detalhe. Com um
movimento rápido se levantou da cadeira, jogando algumas notas no balcão.
- Agora vem o propósito de eu ter te chamado. – Sorriu
torto – Pode levar um bêbado para casa?
- Claro, nada melhor que relembrar os velhos tempos.
Os dois riram saindo do bar que dificilmente
freqüentavam, mas que sempre que podiam se reuniam lá para assistir a um jogo
ou simplesmente jogar conversa fora.
...
Edward abriu a porta de seu quarto, estava tudo escuro.
Franziu a testa respirando fundo e tateando a parede para acender a luz, ainda
não havia superado sua aversão a escuridão.
Quando a luz acendeu, arqueou as sobrancelhas para a cama
vazia. Gemeu frustrado, retirou sua camisa, calça e foi para o banheiro,
tomando um banho rápido. Colocou sua cueca boxer e saiu do quarto, caminhando
até o fim do corredor e empurrando a porta de leve. Ali estava ela, toda
encolhida.
Felizmente o abajur estava ligado, entrou no quarto,
fechando a porta e indo até a cama. Ergueu as cobertas, entrando ali com ela.
Abraçou sua cintura fina, enfiando o rosto em seus cabelos cheirosos.
- Está acordada? – Indagou baixinho, inclinando-se para
sussurrar em seu ouvido. Isabel assentiu, sem se virar ou falar. – Está
chateada comigo? Me desculpe, acabei indo esfriar a cabeça em um bar.
Ela girou na cama, com os olhinhos vermelho.
- Você ficou com alguma mulher?
- Oh não, claro que não. – Rolou os olhos – Eu e Jake só
conversamos, sabe, hoje foi um dia cheio.
- Sim, foi.
- Me desculpe. – Beijou a testa dela – Só não sei mais
como é ter um relacionamento, deveria ter te avisado certo? Isso não vai voltar
a acontecer, além do mais, eu devia ter vindo para casa e ficado contigo.
- Tudo bem.
Ela deu de ombros. Edward afagou sua bochecha.
- Que tal irmos lá para meu quarto, sua cama é um pouco
pequena demais...
Ela acabou rindo. Levantaram-se e foram para o quarto
dele. Edward se acomodou na cama e a puxou para cima de seu peito assim que
deitaram.
- Como você está? Em relação ao que fiz hoje...
A menina mordeu os lábios, erguendo os olhos para
encará-lo.
- É o que eu sempre sonhei, mas me senti um pouco
incomodado com as pessoas, sabe...
Ele assentiu.
- Ainda da tempo de desistir, você pode dizer que te
agarrei, que sou um louco e sair de casa, assim todos te deixariam em paz.
Isabel negou com a cabeça, deixando seus dedinhos
pequenos entrarem nos cabelos molhados de Edward.
- Eu realmente não me importo. Eu... – Ela mordeu os
lábios, enfiando o rosto no peito dele. – Eu amo você.
Edward paralisou. Alisou a cintura da menina.
-Eu... Isabel...
- Tudo bem. – Ela murmurou contra o peito dele abafando
sua voz. – Eu sei que ainda está cedo para você me amar, mas eu vou conseguir
isso.
- Eu sei que vai pequena. – Ele sorriu, beijando sua
testa – Eu sinto algo muito bom quando estou com você, me sinto completo,
alegre, jovem... – Suspirou – Você é muito importante em minha vida.
- Pra mim é o suficiente. – Ele notou os lábios dela se
erguer em um sorriso – Por enquanto.
Edward sorriu, apertando-a em seus braços. Era impossível
não amá-la um dia, ele sabia e se esforçaria para isso.
- Durma pequena, amanhã o dia será longo, além do mais,
conversaremos quando acordarmos.
- Eu fiz algo?
Ele riu, negando com a cabeça.
- Não exatamente, nós fizemos. – Beijou o cabelo loiro –
Agora durma, amanhã conversaremos.
[...]
Edward abriu os olhos assustando ao sentir Isabel pular
da cama e correr em direção ao banheiro.
- Isabel?
Ouviu a porta
bater e um grande ruído preencher o quarto. Respirou fundo, jogando o edredom
para o lado e se levantando. Passou a mão pelo rosto, parando próximo a porta e
a abrindo.
Soltou um grande suspiro ao ver a menina debruçada sobre
o vaso sanitário.
- Estou bem. – Ela se levantou, dando descarga e
erguendo-se. Isabel abriu o armário e pegou sua escova e pasta, começando a
escovar os dentes. Quando ela terminou, virou-se para Edward que continuava
parado na porta, olhando-a intensamente. – Eu estou bem, é sério. Só preciso
tomar algum remédio, devo ter comido algo na faculdade que não fez bem.
Edward se aproximou, pegando a mão dela e a puxando para
fora do quarto rumo a cama.
- Lembra ontem quando eu disse que tínhamos que
conversar? Acho bom fazermos isso agora.
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