2º Fase – Capitulo 20 – Dor & Amor
POV Edward
Saí do meu quarto e segui pelo corredor, parando em frente à porta do quarto de Tânya.
Eu não havia engolido aquela desculpa que Bella me deu na noite anterior; algo estava acontecendo e eu precisava saber o que era.
Bati na porta, mas a loura não abriu. Rodei a maçaneta e coloquei meu rosto na fresta da porta. O quarto estava vazio.
Desci até a sala, onde a encontrei sentada junto com o resto do pessoal, assistindo a um filme na TV.
– Tanya, posso falar com você?
A loura arqueou uma sobrancelha e riu.
– Sobre…? – Mordeu os lábios.
– Aquilo que você não terminou de dizer na cozinha, ontem.
– Sobre o problema de Bella?! – Indagou sorrindo – Pensei que ela iria te contar ontem.
– Mas não contou.
– O que está acontecendo? – Minha mãe indagou.
– Tenho certeza que Bella não está doente, e você… – Apontei para Renée – sabe o motivo e não quer nos contar.
– Edward, ela está mesmo mal. – Renée falou rapidamente – Não estamos escondendo nada. E Tanya não vai falar nada porque não sabe de nada, não é, Tanya?
– Talvez… – Tanya levantou-se do sofá – Acho que Edward merece saber.
– Saber o que?
– Não há nada que Edward precise saber! – Renée aumentou o tom de voz, assustando Anthony, que estava sentando ao seu lado.
– Ora, vamos lá, Renée… – Tanya riu, andou até mim e colocou as mãos em meu ombro – Edward, Bella não é essa santinha que você pensa… Quando ela chegou a Los Angeles eu a conheci, mas ela não era o tipo de amizade que eu costumo ter, prova disso é que sete meses depois de sua vinda, sua barriga estava enorme.
– C-como assim?
– Tanya…
– Vamos lá, Renée, conte a ele o que contou a minha mãe. – A loura deslizou a mão por meu braço – Ok, eu conto. – Tanya estava com um sorriso de prazer nos lábios, era óbvio. Isso estava deixando-a feliz, principalmente por contar o que Bella estava escondendo – Tudo começou com um garoto, um garoto pobre que Bella conheceu em Forks, e que, com certeza, só queria o dinheiro dela, mas deixamos isso de lado, o fato é que Renée trouxe Bella para cá para separá-los, dois meses depois descobriram que ela estava grávida do favelado.
– Grávida? – A palavra não foi pronunciada por mim, mas pelos outros que estavam ouvindo a conversa.
Deixei meus olhos abaixarem…
Neguei com a cabeça algumas vezes.
– Grávida? – Indaguei em um sussurro.
– Pois é. E é por isso que ela está em seu estado de decomposição, lá no quarto. Quando ela estava completando sete meses, sofreu um acidente e perdeu o bastardo. Amanhã completa cinco anos.
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30 Seconds To Mars – The Kill (YouTube)
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As palavras de Tanya giravam em minha cabeça.
Grávida… Sete meses… Acidente… Cinco anos…
Levei a mão aos cabelos. Minhas pernas cederam, caí sentado no sofá. Eu não ouvia mais nada, não via mais nada. Em minha mente, revivia as conversas que eu e Bella trocávamos por telefone, aquelas frases sem sentido como “Você estará gravado em mim para sempre”.
Um filho… ou uma filha… Mas o que importa? Era uma parte minha e dela, um ser concebido com tanto amor e desejo…
O nosso maior sonho sempre foi ter um fruto desse louco amor que sentimos um pelo outro. Quantas vezes fizemos planos? Trabalhar, noivar, casar e ter filhos…
Apertei os olhos com força e os abri, deixando as lágrimas caírem.
– Eu não… eu não acredito.
– Fica calmo, Edward. – Tanya se colocou na minha frente – Eu estou disponível, e olha, não sou uma vadia como Bella. E o melhor, não me envolvo com pobretões, ao contrário de Bella, que sempre teve uma quedinha por esses molambentos.
Trinquei o maxilar. Levantei-me e a peguei pelo braço.
– Nunca mais, ouviu? Nunca mais diga que Bella é uma vadia! – Coloquei força em meu aperto em seu braço – E, só para deixar claro, eu era esse garoto que Bella namorava em Forks! – Seus olhos se arregalaram de surpresa – Sim, eu era pobre, e se consegui tudo o que tenho hoje, foi e é por ela… então, para o seu próprio bem, nunca mais fale assim de Bella!
– Me solte! – Ela tentou puxar o braço, mas eu não a soltei.
– Edward, solte-a, meu filho… – Esme colocou sua mão em meu braço que apertava Tanya.
– Mãe… – Soltei Tanya e abracei minha mãe. – Um filho…
– Eu ouvi, querido, eu ouvi…
– Bella não podia ter escondido isso de mim… – Enterrei a cabeça em sua clavícula. – Um filho…
– Fique calmo, querido.
Afastei-me de minha mãe, rodei em meus calcanhares e voltei até a escada. Ninguém me deteve, eu precisava conversar com ela.
Entrei no quarto de Bella sem bater. Ela estava deitada em posição fetal e ressonava.
Aproximei-me da cama e me ajoelhei ao seu lado.
Era possível notar os traços de dor em seu rosto, e isso fez com que meu coração apertasse. Eu odiava vê-la sofrendo…
Toquei sua bochecha com as pontas dos meus dedos e seus olhos se abriram.
Ficamos apenas nos encarando.
Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha.
– Porque não me contou? – Indaguei em um sussurro, Bella franziu a testa confusa, mas antes que ela falasse algo eu continuei – Eu largaria tudo e iria atrás de você, meu amor…
Sentei-me na cama e me debrucei sobre ela, abraçando-a.
– Foi Tanya, não foi?! – Ela acusou enquanto um soluço rompia de seu peito. – Me desculpa, eu sei que v-você deve estar me odiando, mas… mas… eu… Me perdoa.
– Não, Bella. – Toquei seu rosto – Eu não estou com ódio de você, jamais terei esse sentimento por você, meu amor. – Beijei sua testa e me afastei para olhá-la nos olhos. – Eu só queria que você não tivesse escondido algo tão grave de mim.
Ela mordeu os lábios e apertou os olhos com força. Limpei suas lágrimas.
– Está doendo tanto… – Ela sussurrou apertando o tecido de sua camisola. – Eu não fui uma boa mãe, não consegui cuidar do nosso bebê.
– A culpa não foi sua.
Bella balançou a cabeça, negando.
– Eu fui imprudente, a culpa é minha. Se eu tivesse prestado atenção ao atravessar a rua… nada… nada disso estaria acontecendo.
– Shhh… não chore, amor, não chore.
– Me perdoa, Edward? – Suas mãos agarraram as minhas – Eu não consegui te contar quando descobri que estava grávida, eu sabia que você largaria tudo.
– É claro que eu te perdôo meu amor, mas não esconda mais nada de mim. – Encostei nossas testas – E sim, eu largaria tudo por você e nosso filho.
– Desde que eu o perdi… – Ela parou para reprimir o choro –… não sou a mesma, eu não suportei. Primeiro foi você, depois ele. Minha felicidade se foi, uma parte dela voltou quando Renée trouxe Anthony para morar conosco, mas ainda há um grande pedaço do meu coração que ainda continua vazio.
– “Ele”?
– Sim. – Um sorriso triste apareceu em seus lábios – Era um menino.
– Como tudo isso aconteceu? – Indaguei – Com quantos meses você estava quando… quando…
– Quando perdi nosso bebê? – Ela completou, e eu apenas assenti – Lembra-se de quando conversamos pela última vez?
– Quando você decidiu terminar… – Minha voz demonstrou a dor que eu senti.
– Sim. Eu estava em uma cafeteria, Renée e eu discutimos. Sai de lá nervosa, não tomei cuidado ao atravessar a rua… – Bella mordeu os lábios, novas lágrimas escorriam de seus olhos – Eu estava com sete meses, eu o sentia chutando… No outro dia acordei no hospital, e o vazio em mim já denunciava o que havia acontecido.
Escorreguei meu polegar por sua bochecha, limpando suas lágrimas, beijei seus lábios e me levantei da cama.
– Se vista.
Ela me encarou confusa.
– Pra quê?
– Vamos viajar. – Dei um meio sorriso – Quero visitar nosso filho.
[…]
Foi fácil e prático comprar as passagens pela internet. Quando voltei ao quarto de Bella, ela já estava pronta.
Peguei sua mão e a puxei para um abraço, nada precisava ser dito.
– Vamos? – Indaguei.
– Sim. – Assentiu, pegando sua bolsa.
Saímos do quarto e descemos as escadas.
– Vão sair? – Anthony foi o primeiro a nos ver – Posso ir também?
– Sua tia e eu vamos, mas não podemos te levar hoje, garotão.
– Para onde estão indo? – Minha mãe indagou.
Apertei a cintura de Bella.
– Para Los Angeles. Preciso… preciso visitar meu filho.
POV Esme
[N/A: Muahauhaua]
Eu não sabia o que fazer ou dizer.
Um neto…
Na época em que Bella e Edward namoravam, em Forks, eu os pegava conversando sobre o futuro, casar, ter filhos…
E agora isso!
Os dois haviam acabado de sair, e eu repassava tudo em minha cabeça.
Algo estava fora do lugar, eu sabia, eu sentia.
Olhei o garoto que vinha na minha direção, seu modo de andar, de jogar o cabelo para o lado.
Num estalo, minha cabeça passou a comparar os fatos. Desde que o vi pela primeira vez, sabia que não era adotado.
– Oi. – Observei Anthony se sentar ao meu lado e abrir um sorriso torto – Estou procurando voluntarias para ser minha mãe, você topa? Eu te pago 10 dólares.
Seu sorriso…
Prendi a respiração.
Toquei sua bochecha e sorri para ele.
– Você não precisa comprar uma mãe… – Sussurrei com dificuldade, evitando que as lágrimas saíssem – Logo ela estará ao seu lado.
– Você também vai me ajudar a procurar ela?
– Eu vou.
– Obrigada. – Ele sorri pulando do sofá e correndo para o andar de cima.
Como eu não notei isso antes?! Tudo bem que ele me lembrava alguém, mas agora não havia dúvidas.
Levantei-me do sofá e caminhei até a cozinha, onde Renée estava destacando um comprimido e o tomando.
– No seu lugar, eu também ficaria nervosa… – Sussurrei com a voz fria. – Como você pode?
Ela se assustou e virou-se de frente para mim.
– O que? Do que está falando?
– Ainda estou tentando descobrir como você consegui deitar a cabeça no travesseiro e dormir, sabendo que sua própria filha está se martirizando pela perda do filho.
– Não sei do que você está falando!
Renée tentou passar por mim, mas eu segurei seu braço.
– Você vai contar a ela.
– C-contar o que? – Seus olhos se arregalaram.
– Sobre Anthony.
Eu a vi engolir em seco. Renée suspirou e se apoiou no armário.
– Eu não posso fazer isso… – Ela sussurrou – Bella irá me odiar mais do que já odeia.
– Mas você não pode privar ela disso! – Eu estava perdendo o controle, minha voz estava ficando cada vez mais alta. – Edward é meu filho, eu vi como ele está sofrendo. Se você não se importa com eles, eu me importo.
– Por favor… – Ela implorou – Não diga nada, deixe que eu conte. Bella nunca vai me perdoar, por favor, eu te paço.
Respirei fundo. Aproximei meus lábios de seu ouvido.
– Você tem até o casamento. Se você não contar, serei eu quem fará isso.
– Mas…
– Até o casamento. – Me afastei – Vou subir, para ficar um pouco com meu neto.
Dei as costas e saí da cozinha. Quando estava subindo as escadas, esbarrei em Emmett.
– Mãe? – Ele me olhou – Porque está chorando?
Passei a mão no rosto e só então notei que chorava.
– Um cisco. – Menti, sabendo que ele iria acreditar.
Meu filho abriu um sorriso e beijou minha testa.
– Ok, ande de olhos fechados, assim isso não vai se repetir.
– Vou seguir sua recomendação. – Garanti.
Subi as escadas e parei em frente ao quarto de Bella. Abri a porta e observei Anthony deitado na cama com o travesseiro sobre a cabeça.
– Algum problema por aqui? – Perguntei.
– Minha cabeça está doendo… – Ele gemeu, tirando a cabeça debaixo do travesseiro e me olhando com os olhos marejados.
– Aonde dói? – Me aproximei, sentando ao seu lado.
– Aqui tudo, ó. – Ele passou a mão na testa, depois na fonte. – Desde ontem.
– E porque não falou nada? – Levei minha mão a sua testa. Ele deu de ombros. – Vou chamar Carlisle, ele pode te examinar.
– Ah, não! Injeção, não!
Ri. Sua reação me fez lembrar Edward quando era menor, ele também odiava injeções.
– Fique calmo, meu anjo. Carlisle só vai te examinar.
– Você promete?
– Prometo.
POV Edward
O vôo para LA foi cansativo. Bella não pregou os olhos, eu também não. Conversamos pouco, o silencio predominou na maior parte do tempo. Apenas trocávamos olhares significativos. Poucas horas antes do avião pousar, Bella chorou; fiz o possível para acalmá-la.
Quando consegui, colei nossos lábios. Bella puxou a cortina da janela, o sol começara a nascer. O céu estava acinzentado e, aos poucos, ficava alaranjado. Um dia lindo, mas doloroso.
– Assim que pousarmos, iremos para o seu apartamento, precisamos descansar antes de irmos… fazer o que viemos fazer.
Ela apenas assentiu.
Evitei falar a palavra cemitério, aquilo a fazia estremecer. Não queria tornar as coisas mais difíceis para ela.
Quando o avião pousou, caminhamos para o estacionamento de mãos dadas. Seu carro estava ali. Ela tirou a chave da bolsa e estendeu para mim.
– Você pode dirigir? – Ela perguntou.
– Claro. – Abri a mão e ela depositou a chave na palma de minha mão.
– Obrigada.
Abri a porta para ela, dei a volta no carro e assumi a direção. Bella arrancou as sandálias e as jogou no banco de trás, depois cruzou as pernas sobre o banco e encostou a cabeça no banco.
– Você está bem?
Depois que fiz a pergunta, noite quão estúpida ela fora.
– Na medida do possível. Você estando junto a mim, ajuda muito. – Foi só o que ela disse.
Liguei o carro e manobrei para fora do estacionamento. Segurei sua mão enquanto dirigia e ela me indicava o caminho mais simples para chegar ao seu apartamento. Entramos em seu prédio, ela mostrou qual era sua vaga e lá deixamos seu carro, enquanto isso ela voltou a calçar as sandálias.
– Obrigada. – Agradeceu, saindo do carro. Fechei a porta que eu abri para Bella sair.
Seguimos juntos para o elevador. Já nele, eu passei meus braços ao redor de sua cintura, depois de ter selecionado o número de seu andar no painel.
Quando entramos em seu apartamento, fomos direto para seu quarto e, abraçados, adormecemos. Quando voltei a abrir os olhos, olhei para o relógio sobre o criado mudo, já se passavam das duas da tarde. Me apoiei nos cotovelos e olhei para Bella, seus olhos se abriram e um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
– Boa tarde. – Ela sussurrou.
– Boa tarde. – Bocejei. Inclinei-me para colar meus lábios nos seus – Acho que dormi demais.
– Não, amor. – Depois de dias, vi ela rir novamente – Você não dormiu no vôo, chegamos cansados. Eu acordei agora, também.
– Aham. – Concordei, puxando-a para meu peito.
– Está com fome? – Ela indagou, alisando minha bochecha.
– Prefiro um café forte, para despertar.
– Ok. Vou preparar. – Novamente nossos lábios se uniram – Se quiser, pode tomar um banho ali… – Apontou para uma porta – Pego uma bermuda para você.
Torci os lábios. Bermuda de homem… Senti inveja do homem que a esqueceu aqui.
– Ok.
Ela pareceu notar minha frieza.
– É uma bermuda do meu pai – Esclareceu – Renée não conseguiu se livrar delas.
– Não pensei em nada, não precisava se explicar.
Ela tocou meu nariz.
– Você continua o mesmo ciumento de sempre.
Revirei os olhos.
– Não sou tão ciumento assim. – Me defendi, ela arqueou as sobrancelhas – Ok, talvez um pouco.
Bella saiu de cima de mim e ajeitou sua roupa – a mesma de ontem.
– Fique a vontade, vou pegar a bermuda para você.
– Certo.
Bella saiu do quarto. Fui para seu banheiro, tirei minha roupa e entrei no Box. Liguei o chuveiro e me coloquei debaixo da água. Deixei meus músculos relaxarem com a água morna.
Quando terminei meu banho, enrolei-me em uma toalha e sai do banheiro. Encima da cama estava à bermuda.
[…]
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Entrei na cozinha e senti a falta de Bella no cômodo. A água estava no fogo, decidi adiantar e passar o café. Minutos depois, eu estava sentado em uma cadeira na mesa, dois braços enlaçaram meu pescoço.
– Poderia ter esperado, eu passaria o café para você.
Puxei-a para meu colo. Seus cabelos estavam molhados e amarrados em um rabo, sua roupa havia mudado. Bella usava uma calça de moletom e uma blusa regata.
– A água estava fervendo. – Dei de ombros.
Ela agarrou minha nuca e colou nossos lábios, depois se afastou rindo.
– No armário do banheiro tem uma escova lacrada, nova, pode usá-la.
– Isso foi uma indireta? – Estreitei os olhos – Meu hálito está tão ruim assim?
Seus olhos rolaram.
– Não, seu gosto sempre foi maravilhoso. – A ponta de sua língua tocou o canto de minha boca – E isso não se perdeu.
Tomamos o café. Logo depois estávamos saindo do prédio.
– Você tem certeza? – Parei o carro perto ao cemitério – Se quiser, eu posso entrar sozinho e volto rápido.
– Não. – Ela sorriu tristonha – Sempre venho aqui. Você deve achar que eu acho esse lugar repugnante, estou certa?
Ri de sua confusão.
– Por aí.
– Está errado – Bella soltou o sinto – É o lugar onde está meu pai e meu filho e, por mais sinistro que seja o local, eu nunca penso nisso quando venho visitá-los.
Sorri e inclinei-me em sua direção, colando nossos lábios.
Saímos do carro e nos encontramos na frente dele. Entrelaçamos nossos dedos e, antes de adentrar no local, Bella comprou flores de uma velha senhora.
Juntos, caminhamos pelo caminho de pedras. Bella parecia saber exatamente aonde ir…
Eu estava correto, chegamos rapidamente ao túmulo de nosso filho, ao lado do de Charlie.
Em minha garganta, um nó se formou quando li o nome no túmulo. Minhas narinas inflaram; eu sabia que a qualquer minuto estaria chorando.
Meu pequeno Edward
Bella percebeu meu olhar fixo.
– Ah. – Seus braços apertaram minha cintura e, com a voz embargada, continuou – Seria um jeito de te ter sempre comigo, os dois homens que eu amo em um só, foi isso o que pensei.
– Não sei o que dizer. – Deitei minha cabeça em seu ombro. Meu filho tinha meu nome.
O clima havia mudado. O sol sumiu atrás das nuvens cinza que, agora, cobriam o céu. O vento sacudia as árvores e levava as folhas secas. Uma mexa do cabelo de Bella voou, eu o coloquei atrás de sua orelha.
– Quase todas as noites, quando me deito, fico imaginando como seria se nós dois não tivéssemos nos separado, ou se eu não tivesse perdido meu bebê. – Ela não parou de falar quando as lágrimas caíram – Fico imaginando a rotina, sabe?! Como: acordar cedo, tomar café com meu filho, levá-lo para a escola e de noite colocá-lo para dormir. Mas aí Anthony se remexe em meus braços me lembrando que, se tudo tivesse sido diferente, talvez, eu nunca o teria em minha vida. Talvez o que ocorreu comigo tenha sido o certo, assim como Anthony foi abandonado, talvez esse seja nosso destino, um completando a dor do outro, mas, mesmo sendo egoísta da minha parte, no fundo, muitas vezes desejo que tivesse sido diferente. Me sinto culpada por tal pensamento.
Beijei sua bochecha sentindo o gosto de suas lágrimas.
– Não se sinta culpada. Era nosso filho, é normal desejar ele acima de tudo e de todos.
– Eu sei, mas amo Thony, eu sempre o criei como meu filho, mas nunca o deixei confundir as coisas. – Um riso seco escapou de seus lábios – Quando ele veio para casa, era tão pequeno. Eu estava em depressão e graças a ele achei uma razão para continuar seguindo em frente. Cheguei a amamentá-lo por alguns meses, escondido de Renée… Ela achava que aquilo ia mexer com meu psicológico. Mas quem disse que eu me importei?! Eu fazia tudo o que ela mandava eu não fazer… Sim, eu fiquei um pouco rebelde. – Ela deu de ombros e desenlaçou minha cintura, agachou entre a lápide onde jazia Charlie e nosso filho. – Vocês sabem que não importa onde eu esteja e o quão distante for, eu sempre estarei com vocês em meus pensamentos. Eu amo muito os dois.
Bella separou as flores e as dividiu, colocando-as nos dois túmulos.
Depois se levantou e veio me abraçar.
Não sei exatamente quanto tempo ficamos ali, abraçados, chorando juntos. Eu sabia que não importava as dificuldades, se estivéssemos juntos, tudo seria mais fácil e as dores sempre existiriam, mas sua intensidade diminuiria.
Depois que saímos de lá, zanzamos pela cidade, nossas mãos permaneciam entrelaçadas sobre sua coxa. Quando começou a escurecer, Bella e eu decidimos que estava na hora de voltar para seu apartamento, mas antes passamos em um restaurante e compramos nosso jantar, não estávamos no clima de comer lá, decidimos comer sozinhos no apartamento.
– Reservei nossas passagens para essa madrugada, tudo bem para você? – Indaguei, sentando-me a mesa para comermos juntos.
– Tudo bem. – Ela sorriu – Quando chegarmos a Miami, devolverei o dinheiro que você gastou com minhas passagens.
Torci os lábios e revirei os olhos.
– Assim me sinto ofendido. – Resmunguei – Logo tudo o que é meu será seu e vice-versa.
– Como assim? – Ela sorriu – Isso foi um pedido de casamento?
Dei de ombros rindo.
– Talvez – Mordi os lábios – Só depende de você.
– De mim? Por que?
– A decisão de viver para sempre ao meu lado pode não ser a mais sábia, eu sou chato e pegajoso.
– Acho que eu conseguiria sobreviver. – Bella soltou os talheres, deu a volta na mesa e se sentou em meu colo – Quer mesmo isso?
– Isso o que?
– Casar-se comigo. – Sussurrou.
– É o meu maior sonho. – Beijei seu pescoço – Casar com você e ter filhos, muitos filhos.
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3 Doors Down - Here Without You ( 4 Shared )
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Seus lábios chocaram-se contra os meus. Abri minha boca, recebendo sua língua. uas pequenas mãos agarraram os cabelos de minha nuca; eu gemi contra seus lábios e a empurrei delicadamente.
– Bella, não precisamos fazer isso hoje. – Alisei seu rosto. – Eu sei que o dia foi cansativo e…
– Shhh… – Ela calou-me com um selinho – Eu quero ter você… – Suas mãos alisaram meus braços – Sabe, voltarmos a ser um, quero te ter por completo. E é disso que eu preciso nesse momento: você. – Nossas bocas voltaram a se encontrar, mas desta vez tudo estava intenso. Sua língua dançava com a minha, enquanto eu apertava seu corpo quente contra mim. – Vamos para meu quarto – Bella pediu, sua boca saiu da minha e desceu para meu pescoço.
Carreguei-a para o quarto, suas mãos passeavam por todo meu corpo, deixando-me louco.
Coloquei-a no chão e virei-me para fechar a porta.
POV Bella
– Preciso tanto de você, minha princesa…
Ele se aproximou de mim e nossos lábios se encontraram em um beijo doce, repleto de amor que jamais voltei a sentir. Eu nunca havia ficado tão feliz por alguém me dizer tais palavras.
Nosso beijo se tornou mais enérgico. Quando percebi, ele estava por cima de mim, me arrastando para a cama, cada vez mais intenso. Uma coisa queimava dentro de mim, eu precisava desse homem, eu precisava dele agora.
Ele então beijou a minha mandíbula e eu senti meu corpo estremecer novamente. Tudo estava passando tão lentamente que chegava a ser glorioso.
De repente me esqueci de tudo e de todos, naquele momento era só eu e Edward – aquele que foi meu primeiro namorado e, juntos, descobrimos sensações novas, das quais eu quis cada vez mais e de diferentes modos.
Ficamos de joelhos na cama, um de frente para o outro, seus braços estavam em minha cintura. Parei de beijá-lo e ficamos nos olhando alguns instantes.
– Eu te quero, Edward – Sussurrei baixo, e ele sorriu de canto.
– Eu preciso de você, Bella – Então ele selou meus lábios com os seus novamente. – Eu te amo.
Passei um dedo suavemente sobre a sua pele, e ele fechou os olhos, como se uma onda passasse por si. Minhas mãos automaticamente foram para sua camisa, desabotoei-a e tive a visão do seu peitoral nu, perfeito. Escorreguei minha mão e alisei seu peito, que minutos antes estava escondida por aquele pano.
Suas mãos puxaram minha blusa, e eu levantei os braços, ajudando-o a tirá-la. O cheiro do seu perfume inundava aquele quarto, que estava iluminado apenas por um abajur. Devido à luz, nossa pele tinha um tom amarelado, dando um ar de romantismo.
Puxei sua calça e ele a tirou. Eu não era virgem, já que foi ele mesmo quem tirou minha virgindade, mas eu estava me sentia aquela garota virgem, que não sabia o que fazer, que estava perdida em pensamentos e observando o corpo perfeito de seu homem.
Suas mãos vieram até a minha calça e a tiraram. Seus olhos percorriam meu todo corpo, olhei nos seus olhos e podia ver a chama do desejo e da paixão. Ele abriu o fecho do meu sutiã e ficou me olhando nos olhos, deixei a alça cair e o joguei num canto do quarto.
Nos livramos de todas as peças de roupa, tivemos uma visão completa de nossos corpos. Ele estava ainda mais lindo, seu corpo bem mais desenhado.
Sorri de canto e ele então me abraçou, senti um choque no toque de nossas peles, era algo inexplicável.
Ele pressionou seu corpo lentamente sobre o meu, me deitando sobre a cama, alisei sua pele e então nossos lábios novamente se encontraram.
O beijei com vontade, com sede. Eu não tinha pressa, seus dedos deslizavam sobre a minha pele, e eu sentia cada carícia que era feita.
Levantei uma das pernas e a arrastei sobre sua pele, ele fechou os olhos e eu sorri – sabia que ele gostava de sentir minha pele roçando na sua.
Nossos beijos ficaram mais quentes, ele beijava meu pescoço, toda a extensão do meu colo, chegou em meus seios que já estavam demonstrando o prazer que eu estava sentindo. Ele os acariciou levemente e sua boca continuou a percorrer sobre meu corpo.
Nossos corpos estavam próximos demais, eu via em seus olhos o prazer e o desejo que ele deveria estar sentindo. Ele colou sua testa na minha, lentamente ele abriu minhas pernas, se posicionando entre elas.
A química entre nós, na intimidade, era perfeita. Ele havia sido meu primeiro em tudo, por isso, meu corpo o reconhecia e o idolatrava. Eu não precisava pedir e ele não precisava perguntar.
– Eu te amo, Bella. – Novamente ele falou aquilo, e conseguiu me deixar totalmente entregue a ele, foi no momento em que senti nossos corpos se colando, eu o olhava nos olhos, tentando decifrar o que era aquele sentimento de amor pra ele. Os movimentos começaram lentos, logo minhas mãos deslizaram pelas suas costas.
Em nenhum momento ele desviou o olhar do meu e enquanto mantínhamos o contato visual, seus movimentos se intensificaram. Nós estávamos enroscados de uma maneira tão linda e óbvia de mostrar nosso amor…
Ergui um pouco a cabeça e fechei os olhos, o prazer era inestimável. Nossos gemidos eram um som diferente, o único som que inundava aquele lugar. O mais especial era ouvir meu nome misturado aos seus gemidos. Eu queria gritar, eu queria dizer alto, mas não conseguia, o prazer não estava me deixando raciocinar direito. Abri os olhos e o puxei para mim, o beijei fervorosamente, e ele correspondeu ao beijo. E então alcançamos o ápice da relação. Ele se deitou ao meu lado e me puxou para cima de seu peito
Edward alisava minhas costas enquanto tentávamos corrigir nossa respiração acelerada e os batimentos de nosso coração.
Ergui a cabeça e seu olhar era diferente, brilhava como antes. Um sorriso estampado no rosto… Eu sorri também e o beijei novamente, seus braços envolveram minha cintura. Ficamos ali em silêncio por alguns instantes, apenas apreciando o que tínhamos acabado de fazer.
O encarei e mordi o lábio, ele sorriu e colocou meu cabelo atrás da orelha – que, a essas horas, devia estar horrível e bagunçado.
– Senti tanta saudade de você… do seu corpo… – Ele acariciou meu rosto.
– Eu também, meu amor… – Toquei meus lábios nos dele – Que bom que você está aqui hoje…
– Sempre estarei ao seu lado meu amor. – Ele acariciou minhas costas – Mesmo distante, eu sempre estive.
Fechei os olhos e assenti.
– Obrigada.
Edward ergueu a mão e tocou minhas olheiras com seu dedo.
– Me desculpa… – Ele sussurrou.
– Pelo que?
– Por não conseguir evitar que você chore… – Seus dedos desceram por minha bochecha – Eu devia estar ao seu lado quando você sofreu o acidente, eu devia ter estado com você desde o começo de sua gravidez.
Deitei minha cabeça em seu peito e deixei as lágrimas voltarem a cair.
– Você não tem culpa. – Alisei seu braço – Eu devia ter sido mais responsável e…
Edward girou nossos corpos, parando sobre mim.
– Pare de se culpar, amor. – Enxugou as lágrimas do meu rosto.
– Você não entende! – Apertei os olhos com força – Um dia eu acordei com meu bebê me chutando, no outro já era evidente o vazio dentro de mim…
Um soluço rompeu de meu peito. Edward me abraçou.
– Shhh… – Seus lábios grudaram nos meus. – Eu sinto muito, sei que não sou capaz de saber o tamanho da dor que você sente, mas eu sei que dói. – Ele segurou minha mão e a colocou em seu rosto – Sei que a dor que estou sentindo jamais se comparará com a sua, mas… – Sua voz morreu, ele respirou fundo e continuou – Saiba que você não está sozinha nessa, amor. Eu só soube que nós teríamos um filho ontem, mas já foi o suficiente para essa dor nascer em mim.
Dei um sorriso fraco.
– Eu te amo. – Sussurrei.
Ele lançou-me um sorriso torto.
– Eu sei. – Exclamou presunçoso. Revirei os olhos e o belisquei. – Ai, amor…
Ele fez bico e deitou a cabeça entre meus seios.
– Edward? – Eu o chamei.
– Hm? – Ele ergueu a cabeça.
– Me ama de novo?
Um novo sorriso surgiu em seus lábios.
Nos beijamos calmamente, e então nossos corpos deram sinal de vida, nos mostrando que o desejo e a necessidade ainda perdurariam por muito tempo. Novamente nos encontramos e nos encaixamos perfeitamente, o sonho-realidade havia voltado. Finalmente eu ia voltar a ser feliz.
[…]
Acordei com dedos quentes alisando minha pele, abri lentamente os olhos e o vi. Edward estava deitado ao meu lado, frente a frente comigo.
– Me desculpa te acordar, amor… – Ele sorriu – Mas precisa comer algo, nosso vôo sai daqui uma hora.
– Hmmm… – Resmunguei – Não estou com fome.
– Ontem não jantamos, se esqueceu? Deve estar com fome, sim!
– Não jantei porque você me seduziu! – Acusei, sorrindo.
– Eu?! – Ele gargalhou – Foi você quem começou.
Mordi os lábios e ruborizei.
– Ok. – Ergui as mãos no ar, rendida. – Eu sou culpada.
– Eu te perdôo. – Sua boca cobriu a minha novamente – Agora se levante e tome um banho, vou preparar nosso café.
– Tudo bem, amor. – O abracei com força – Até quem enfim conseguimos.
Ele gargalhou lindamente. Levantou-se da cama, caminhou até a porta e virou-se para mim.
– Pois é, Anthony e Emm não estão aqui.
Assenti sorrindo.
Ele saiu do quarto e eu me levantei. Apesar de todo meu sofrimento eu estava me sentindo leve e um pouco feliz. Aos poucos minha vida estava voltando ao normal.
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